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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Polêmica em Nordestina – Professor reage à falta de quórum na Câmara e vereador manda que ele se mude da cidade


Tudo começou quando o professor, frequentador assíduo das sessões que acontecem ás sextas-feiras no final de tarde, chamou atenção e mobilizou os moradores do município por meio das redes sociais para participarem dos trabalhos do poder legislativo, pois inúmeras vezes era o único presente na plateia, que o deixava muito triste.
A indignação de Varjão foi ao extremo, quando no mês de outubro, mais precisamente nos dias 07, 14 e 21, não houve sessão por falta de vereadores no plenário, consequentemente não dando quórum. “Um servidor público se faltar no seu trabalho com toda certeza, e acho justo, será descontado seu dia de trabalho. Mas, será que o vereador que não compareceu as sessões no mês de outubro de 2011 vão ficar sem receber seus salários?”, questionou Varjão.
Em contado com o CN, amigos relataram que o professor contou que escreveu uma crônica, externando sua opinião e enviou para todos os seus amigos por meio das redes sociais. “A ideia dele era sensibilizar os vereadores para que faltassem menos e convencer a população a frequentar mais vezes as sessões e assim avaliar o trabalho de cada um dos vereadores”, justificou Paulo Lopes, um nos internautas que recebeu a crônica.
Quando o assunto começou a circular, os vereadores anteciparam a última sessão do mês para quinta-feira (27), pois no dia seguinte não havia atividade por ser a data comemorativa aos funcionários públicos, encerrando o mês,
caso não houvessem antecipado, sem realizar uma sessão.

“Nós pagamos um salário muito alto para a carga de trabalho desempenhada por eles. Falo isso com tanta convicção, já que presenciei sessões que duram em media 15 minutos, sem falar que mais ou menos 10 minutos são gastos para ler a ata da sessão anterior”, desabafou o professor Santos em sua crônica.
“Imploro que avaliem a situação quando um professor, com todo esforço que teve para se formar e posteriormente cursar uma faculdade, com isso trabalha 40 horas semanais, com um grande desgaste psicológico, ainda tem que trabalhar em casa elaborando aula, corrigindo avaliação entre outras atividades e se faltar sem apresentação de um atestado médico tem suas aulas descontadas. Os vereadores só têm uma sessão por semana e ainda não comparecem, tenha paciência”, concluiu Wanderson.

A ação do professor provocou uma da reação dos vereadores Temivaldo Amambahy Guimarães, (PR) e Júlio Cavalcante de Almeida, “Julinho”, (PMDB).

Segundo informações, o vereador Julinho, ao usar da palavra, solicitou do presidente da Câmara Marcos Batista de Souza (PSB), que os seguranças da casa revistassem o professor, um dos únicos do auditório, pois poderia estar armado e querer atingir os parlamentares, mas o pedido foi negado. Mesmo com dificuldade, pois estava sem óculos, o parlamentar fez a leitura do artigo XXXI, Lei Orgânica, que trata da composição da Câmara de Vereadores.
O parlamentar questionou sobre a possibilidade de o professor estar com problemas psicológicos, ao citar que ele tem frequentado as sessões e dizer que nunca viu os vereadores aprovarem projetos. “Dizer que um projeto de lei que deu entrada hoje e só daqui a quarenta e cinco dias vamos aprovar, não é verdade. Entonce, eu acho que essa pessoa, a mente dele esta um pouco doente e essa pessoa precisa de um médico ou de quem tenha mais instrução para essa pessoa”, desabafou Julinho.

O vereador Temivaldo foi mais além, quando disse que a crônica enviada via internet foi um despeito aos vereadores e entendia que o professor era um “formado” despreparado, desenformado e que não tinha o que fazer na vida. “Wanderson, acho que os vereadores nunca fizeram nada de errado a você pra que tivesse esse despeito tanto grande. E na verdade se você está se sentindo ofendido na nossa cidade, sua cidade é Queimadas, vá embora pra lá. Se é que você fala também que se sente envergonhado na nossa cidade, então é isso que eu quero dizer. Então procure o que fazer para ocupar sua mente, esqueça o nome dos vereadores, é só isso que eu tenho pra falar”, concluiu o parlamentar republicano.
Para justificar a ausência dos vereadores na sessão, o vereador Alonso Reis Moura e Silva (PR), disse que os parlamentares não trabalham apenas na sessão é durante toda semana, inclusive sábados, domingos e feriados estão prestando serviço à comunidade.
O assunto parece crescer e amigos do professor garantem que ele irá voltar à sessão nesta sexta-feira (04), após tentar em vão o direito, baseado no artigo 5º Constituição Federal Art. 5º – IV, que diz ser livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, o direito de usar a tribuna para esclarecer o ato de postar a crônica nas redes sociais e garante que em momento algum denegriu a imagem dos vereadores.
Na quinta-feira (03), foi enviado um pedido requerendo o direito de se defender no plenário das calunias e do ato discriminatório, mas o pedido foi negado pelo presidente da Câmara Marcos Batista de Souza. O CN telefonou na tarde de quinta-feira para Câmara e ninguém atendeu a ligação.
Leia a crônica na íntegra enviada aos internautas através das redes sociais:
CÂMARA DE VEREADORES MUNICIPAL DE NORDESTINA
Queridos amigos é por meio deste e-mail que venho a vocês mostrar minha tristeza sobre assuntos que venham a prejudicar o futuro das crianças como o de minha filha, seu filho, seu sobrinho ou qualquer outra criança que você tenha um carinho especial.
Compareçam com mais frequência à câmara de vereadores do nosso município, pois devemos cobrar mais empenho aos nossos “caríssimos” vereadores e digo caríssimos, porque pagamos um salário muito alto para a carga de trabalho desempenhada por eles.
Falo isso com tanta convicção, já que presenciei sessões que duram em media 15 minutos, sem falar que mais ou menos 10 minutos são gastos para ler a ata da sessão anterior.
Imploro que avaliem a situação: quando um professor com todo esforço que teve para se formar e posteriormente cursar uma faculdade, com isso trabalha 40 horas semanais, com um grande desgaste psicológico, ainda tem que trabalhar em casa elaborando aula, corrigindo avaliação entre outras atividades e se faltar se apresentação de um atestado médico tem suas aulas descontadas (concordo plenamente com isso).
Enquanto ainda há vereadores semianalfabetos (não estou sendo preconceituoso, mas como uma pessoa que não consegue entender a nossas leis poderá elaborar leis e projetos que beneficiem nosso município?), que frequentam o local de trabalho uma vez por semana durante 15 minutos. Isso quando frequenta, pois neste mês de outubro de 2011 não houve sessão, pois o número de vereadores presentes foi insuficiente para ter sessão.
Eu compareci no mês de outubro 03 vezes na câmara (dia 07, 14 e 21 do mês em vigor), mas alguns ilustríssimos vereadores não estiveram presentes, não.
gastaram seu precioso tempo para discutir assuntos de interesse de todos que possam melhorar o desenvolvimento de nossa cidade.

Sessões previstas:
7/10/2011 – não houve vereadores suficientes.
14/10/2011 – não houve vereadores suficientes.
21/10/2011 – não houve vereadores suficientes.
28/10/2011 – feriado (dia do servidor público).
Aliás, você que é servidor público se você faltar no seu trabalho com toda certeza é muito justo que seja descontado seu dia de trabalho. Mas, será que o vereador que não compareceu as sessões no mês de outubro de 2011 vai ficar sem receber seu salário?
Peço a todos que passem esse e-mail para o maior número de pessoas de nossa cidade e que convença que seja apenas uma pessoa para ir com você assistir a todas as sessões, você tem direito e obrigação de saber o que está acontecendo com a nossa terra.
Vamos mostrar para eles que a gente se importa com o nosso município e que vereador não pode ficar só de braço cruzado apenas procurando defeito no prefeito. Nós os pagamos para fiscalizar, elaborar leis e projetos que beneficiem a população.
Suplico a ajuda de todos para me fazerem companhia, assim deixarei de ser uma mera plateia solitária. Sessões na Câmara Municipal de Vereadores de Nordestina: toda sexta as 17h.
Grato pela atenção de todos.
Att, Wanderson Varjão.

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