Policiais civis, militares e Corpo de Bombeiros decretam greve no Rio
RIO - A uma semana do carnaval, o corpo de bombeiros e
policiais civis e militares do Estado do Rio decidiram entrar em greve a partir
desta sexta-feira. O anúncio ocorreu ao final de uma manifestação que durou
quase seis horas, na Cinelândia, no centro do Rio, com participação de cerca de
3 mil pessoas, segundo a PM.
O secretário estadual de Defesa Civil e comandante dos
bombeiros, Sérgio Simões, disse esperar que a adesão seja mínima. 'É greve geral
e a culpa é do Cabral, estamos parados oficialmente a partir de agora', anunciou
do alto de um palanque montado em frente à Câmara Municipal o cabo do 22º
Batalhão da Polícia Militar Wellington Machado, porta-voz da comissão que
decidiu pela paralisação.
Machado afirmou que a segurança no Estado do Rio a partir
daquele momento era responsabilidade do Exército e da Força Nacional de
Segurança. O policial recomendou que a tropa se dirigisse aos quartéis e
discursou: 'Agora não é hora de aceitar intimidação e ameaça. Se prender um de
nós, vai ter que prender todo mundo. Ninguém agora vai arregar, porque aqui não
tem covarde'.
O presidente do Sindicato dos Policiais Civis, Fernando
Bandeira, afirmou que 'no máximo' 30% da categoria será mantida nas delegacias
para atender as ocorrências em que houver violência ou grave ameaça. A
princípio, a Delegacia de Homicídios funcionará normalmente. A comissão que
decidiu pela greve teve a participação da deputada estadual Janira Rocha
(PSOL).
No início da assembleia, representantes das categorias deram um
ultimato ao governo do Estado. Decidiriam pela greve se, até meia-noite, o
governo não cumprisse cinco exigências: piso salarial de R$ 3.500,
vale-transporte de R$ 350, tíquete-refeição de R$ 350, jornada de 40 horas
semanais com pagamento de horas extras e libertação do cabo Benevenuto Daciolo,
líder do movimento preso anteontem à noite acusado de incitamento e aliciamento
a motim.
Segundo Machado, a paralisação só vai terminar quando o
bombeiro for libertado. 'Estamos acendendo o pavio até meia-noite', afirmou o 2º
sargento Paulo Nascimento, outro líder dos grevistas. Ele dizia estar desarmado
e de folga e classificava o movimento como 'pacífico, pela dignidade'.
O Comando da Polícia Militar divulgou nota nesta sexta-feira,
na qual afirma que não há paralisação de nenhum serviço da corporação.
Leia a íntegra: 'O Comando da Polícia Militar informa que na
madrugada desta sexta-feira todas suas unidades estão em pleno funcionamento,
contando inclusive com o apoio de policiais do BOPE e do BPChq no patrulhamento.
Não há paralisação de nenhum tipo de serviço para o cidadão. A Polícia Militar
reitera seu compromisso com a segurança da população do Rio de Janeiro'.
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